quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O Diário



O Diário


O diário inscreve-se, geralmente, no género narrativo e constitui-se como o registo de vivências, pensamentos, eventos e emoções quotidianos de um narrador que se exprime na 1ª pessoa (daí o predomínio da função emotiva) e que assume o seu diário como seu confidente, uma espécie de “amigo secreto”.

A datação surge como forma de organizar a narração intercalada e fragmentária dos factos imposta pelo ritmo quotidiano, apesar de ser possível uma leitura descontínua e desordenada do diário, sem prejudicar a sua compreensão.

De facto, o diário é íntimo, privado e secreto, no entanto, com a sua publicação, afigura-se igualmente como partilha a partir do momento em que se comunica com os outros, perdendo, assim, o seu estatuto de privado. Aliás, para os mais radicais a sua publicação é mesmo uma contradição.



As características essenciais que especificam cada diário têm a ver directamente com as motivações que o originam:


- uma situação anormal e impressionante (O Diário de Anne Frank)

- uma experiência profissional estimulante (Diário de Sebastião da Gama)

- como exercício intelectual: comentários de leituras, reflexões políticas, estéticas, morais, etc.; (Conta-Corrente I de Vergílio Ferreira)

- como anotação de incidentes ou impressões de uma viagem (Diário da Viagem de Vasco da Gama)



O Diário de Anne Frank


Com a chegada ao poder do partido nazi e o consequente agravamento das manifestações de anti-semitismo, na Alemanha, Anne Frank, em 1941, emigrou, com a sua família, de Frankfurt para Amesterdão, onde passou a viver confinada a um esconderijo.

Durante dois anos, esta jovem judia alemã escreveu um diário em que relatou a experiência da perseguição movida pelos nazis e os terrores que se abatiam sobre os que com ela partilhavam aquele pequeno espaço.

Esta família acabou por ser descoberta e transportada para o campo de concentração de Bergen-Belsen, onde Anne e sua mãe viriam a morrer.

O Diário de Anne Frank encontra-se já traduzido em mais de trinta línguas e fez da sua jovem autora um símbolo do sofrimento dos inocentes perante a injustiça.


Sábado, 20 de Junho de 1942



Durante uns dias não escrevi nada porque, primeiro, quis pensar seriamente na finalidade e no sentido de um diário. Experimento uma sensação singular ao escrever o meu diário. Não é só por nunca ter “escrito”, suponho que, mais tarde, nem eu nem ninguém achará interesse nos desabafos de uma rapariga de treze anos. Mas na realidade tudo isso não importa. Apetece-me escrever e quero aliviar o meu coração de todos os pesos.

“O papel é mais paciente do que os homens”. Era nisso que eu pensava muitas vezes quando, nos meus dias melancólicos, punha a cabeça entre as mãos e sem saber o que havia de fazer comigo. Ora queria ficar em casa, ora queria sair e, a maior parte das vezes, ficava-me a cismar sem sair do sítio. Sim, o papel é paciente! E não tenciono mostrar este caderno com o nome pomposo de “Diário” seja a quem for, a não ser que venha a encontrar na minha vida o tal “grande amigo” ou a tal “grande amiga”. (...)

E pronto!, cheguei ao ponto principal de todas estas considerações: não tenho uma verdadeira amiga! (...) Com todos os meus numerosos conhecidos, só consigo fazer tolices ou falar sobre coisas banais. Não me é possível abrir-me, sinto-me como que “abotoada”. Pode ser que esta falta de confiança seja defeito meu. Mas não há nada a fazer e tenho pena de não poder modificar as coisas.

Por tudo isto é que escrevo um diário. E para evocar na minha fantasia a ideia da amiga há tanto tempo desejada, não quero, como qualquer pessoa, assentar só factos. Este diário é que há-de ser a minha amiga, e vou-lhe pôr um nome. Essa amiga chama-se Kitty.


O Diário de Anne Frank



Principais características do diário


- narrador que se assume na 1.ª pessoa (pronomes, formas verbais…)

- fórmulas de saudação e despedida

- datação

- marcas do tom coloquial (que denota a “presença” de um interlocutor e a cumplicidade existente entre escritor e leitor)

- marcas de oralidade (recurso ao discurso directo)

- utilização da função da linguagem emotiva

- o registo do quotidiano

- o diário como uma forma de desabafo/alívio

- relato de vivências, pensamentos, emoções e sentimentos

- privacidade, intimismo, secretismo

- confessionalismo

- criação de um destinatário ficcional





A Mena na cozinha

Rolinhos de frango no forno

Frango
tiras de entremeada fininhas
pimenta
sal
alecrim
4 ou 5 tomates maduros ou concentrado de tomate
1 cebola
2 dentes de alho
1 malagueta grande
cebolinho
pimento verde, vermelho, amarelo, laranja
salsa
1 dl de vinho branco
azeite

Corte o frango em pedaços e tempere com sal, pimenta e alecrim, tempere também as entremeadas. Enrole cada pedaço de frango numa tira de entremeada e prenda com cordão.
Num pirex, faça uma cama com um pouco de cebola às rodelas, alho picado, salsa, malagueta e cebolinho cortado aos pedacinhos.

"Deite na cama" os rolinhos de frango.

Por cima, coloque os outros ingredientes: o resto da cebola às rodelas, os pimentos às tiras (basta 1/4 de cada espécie), o tomate aos quadrados, uns tronquinhos de salsa, o vinho branco. Regue com um pouco de azeite.

Leve ao forno a 180º.

Sirva com batatas fritas e uma boa salada mista.
Bom apetite!



Trabalhinho:

Lembram-se disto?
Que tal agora?

Este miminho veio daqui. Aqui fica para o quem quiser levar!



10 comentários:

artes_romao disse...

boa tarde,td bem?
uma bela descrição de diário...
adorei as restantes novidades.
assim como o paninho, parabéns.
agradeço o selinho.
fica bem,jinhos***

~*Rebeca*~ disse...

Mena,

Ontem mesmo peguei no meu diário de quando eu tinha 10 anos... acho que vou tirar uma foto dele e deixar no flickr.

E essa sua comida, hein???

Aiai..

Beijo imenso, menina linda.

Rebeca

-

Anónimo disse...

Que ricos rolinhos! Nunca usei o frango em rolos, mas tentáste-me com estas imagens salivantes! hehehe:)

Mona Lisa disse...

Olá Mena.

Um livro que adorei.

Mais uma vez aproveitei para jantar.

Uma delícia!

O naperon está lindo. Adoro croché.

Bjs.

Maria Cusca disse...

O jantar estava delicioso, tenho que repetir.
O naperon tomou vida, com o croché e os realces de tinta.
a tua explicação, sobre o que é um diário, não podia ser melhor.
O livro, gostei muito de ler.
Jinhos e continuação de boa semana

Edilene Pacheco disse...

Olá querida,

Que bom que você gostou do PAP.
Obrigada pelo eleogio.

Essas coisas aqui estão maravilhosas. Não gosto muito de bacon, mas comeria assim mesmo, feito por vocÊ deve estar uma delícia.

absss

Sonia Facion disse...

Nossa Mena, que lindo!!!

Eu pensei que do jeito que estava já era o definitivo.

Parabéns!!!!

Bjks

Sonia

Anónimo disse...

Bem, a receita do frango deve ser uma delicia...
Ficou lindo o seu trab..

Dá uma espreitadela no meu blog tb ;)
www.ocantinhodamimi.blogspot.com

Beijos*

mfc disse...

Quando abri a porta... hummmm, cheirou-me tão bem!
E vi logo que não me enganei!
Não, hoje não abuso... vim só cumprimentar!

Maria Maia disse...

Minha querida, muito obrigado pelo desafio, vou responder com todo o gosto.
Gostei muito do marcador.
O teu trabalho ficou lindo.
Esses rolos de frango o meu marido ia adorar, excelentes.
Obrigado pelo carinho.
bjssssss