Expressões populares
Jurar a pés juntos:
“Juro a pés juntos que…”
A expressão surgiu através de torturas executadas pela «Santa Inquisição», durante as quais o acusado de heresias tinhas as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para dizer apenas a verdade.
Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.
“Podes tirar o cavalinho da chuva, porque hoje não vou permitir que saias.”
No século XIX, quando uma visita ia ser curta, deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e, se fosse demorar, o cavalo era colocado nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva ou do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita era agradável e dissesse: «pode ir tirar o cavalo da chuva». Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.
Quem não tem cão, caça com gato:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se. Inicialmente dizia-se: quem não tem cão caça como gato”, ou seja, esgueirando-se astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.
O pior cego é o que não quer ver:
Em 1647, em Nimes, França, na universidade local, o doutor Vincent de Paul D’Argenrt faz o primeiro transplante de córnea num aldeão cujo nome era Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel que, logo que ficou a ver, ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que lhe arrancasse os olhos. O caso foi parar a tribunal de Paris e ao Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para a história como o cego que não quis ver.
A corrente tradicional da lírica camoniana
A cantiga
Mote
Na fonte está Lianor
Lavando a talha e chorando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
Voltas
Posto o pensamento nele,
Porque a tudo o Amor obriga,
Cantava, mas a cantiga
Eram suspiros por ele.
Nisto estava Lianor
O seu desejo enganando,
Às amigas perguntando:
- Vistes lá o meu amor?
O rosto sobre ua mão,
Os olhos no chão pregados,
Que, do chorar já cansados,
Algum descanso lhe dão.
Desta sorte Lianor
Suspende de quando em quando
Sua dor, e em si tornando,
Mais pesada sente a dor.
Não deita dos olhos água,
Que não quer que a dor se abrande
Amor, porque, em mágoa grande,
Seca as lágrimas a mágoa.
Despois que de seu amor
Soube novas perguntando,
De improviso a vi chorando.
Olhai que extremos de dor!
Luís de Camões
O tema deste poema é a dor da não correspondência amorosa: o amado não aparece, sinal de que, muito provavelmente, a não ama.
A apresentação do tema surge no mote e o seu desenvolvimento nas glosas. O sujeito poético coloca Lianor no centro de todo o sofrimento amoroso, mostrando, ao longo do poema esta figura feminina sofredora, capaz de transformar o canto em suspiros "Cantava, mas a cantiga / Eram suspiros por ele" e quanto mais saudades mais mágoa e dor.
As glosas (desenvolvimento do tema) apresentam três momentos:
a) Introdução – os quatro primeiros versos da primeira glosa: Lianor, com o pensamento no amado, canta, mas o seu canto eram suspiros.
b) Desenvolvimento – os dezasseis versos seguintes: a reflexão de Lianor sobre a não comparência do amado. Lianor, com o desejo enganado, vai perguntando às amigas se viram o seu amor por quem o seu coração suspira e com os olhos pregados no chão, cansados de tanto chorar, suspende a sua dor, mas quando consciente sente essa dor ainda mais pesada. A sua mágoa é grande, mas ela não quer que a dor abrande.
c) Desenlace – os quatro últimos versos: o choro de Lianor provocado pela dor extrema que lhe causaram as “novas de seu amor”.
O grande sofrimento de Lianor é-nos apresentado pela:
- utilização de sons fechados (ô e ê) e, sobretudo, nasais (on, an, en), que traduzem dor e arrastamento, associado, ainda à frequência do gerúndio (“lavando”, “chorando”, “perguntando”, “enganando”, “tornando”) que traduz continuidade;
- abundância de vocabulário conotativo de dor: “chorando”, “suspiros”, “dor”, “água”, “mágoa”, “lágrimas”;
- repetição de palavras (cantava / cantiga; de quando em quando; mágoa, cansados / descanso; dor; amor / Amor) e insistência no gerúndio, também com algumas repetições (“chorando”, “perguntando”);
- gradação crescente, desde os “suspiros por ele” (primeira estrofe), passando pelas lágrimas contidas de “olhos no chão pregados” (segunda estrofe e primeira metade da terceira), e culminando com os “extremos de “dor” dos quatro últimos versos;
- interrogação “Vistes lá o meu amor?” e exclamação “Olhai que extremos de dor!”, para traduzir a inquietação inicial de Lianor e a trágica certeza que “novas” do seu amor lhe trouxeram;
- utilização de figuras de estilo: metáfora “os olhos no chão pregados”, “não deita dos olhos água”; personificação “seca as lágrimas a mágoa”, “que não quer que a dor se abrande / Amor”; hipérbato “não quer que a dor se abrande / Amor”, “porque, em mágoa grande,/
Seca as lágrimas a mágoa”.
Os sentimentos presentes no poema são: tristeza “…a cantiga eram suspiros por ele.”; engano “…o seu desejo enganado.”; saudade “Viste lá o meu amor?”; “Posto o pensamento nele”; dor “… suspende de quando em quando a sua dor”; tormento “Mais pesada sente a dor.”; mágoa “…em mágoa grande”. As sensações expressas são essencialmente de sofrimento, saudade e mágoa.
A linguagem é simples com expressões tradicionais ao gosto popular, muito próximo dos cantares de amigo.
Quanto à análise formal estamos em presença de uma cantiga em redondilha maior, formada por um mote de quatro versos e três voltas de oito versos cada. Quanto à rima ela é emparelhada e interpolada, segundo o esquema rimático ABBA CDDCABBA. Quanto à métrica estamos em presença de uma redondilha maior formada por versos de sete sílabas “Na /fon/te es/tá /Li/a/nor/”; “La/van/do a /ta/lha e /cho/ran/do”.
Verifica-se que a situação nesta cantiga é a mesma dos cantares de amigo medievais: na fonte, lugar de encontro dos namorados, uma donzela pede às amigas que lhe dêem notícias do seu amigo. Ele não compareceu e as notícias são más, por isso Lianor sofre e chora. Esta Lianor infeliz, primeiro melancólica e depois chorosa, contrasta flagrantemente com a Lianor despreocupada, “fermosa e não segura”, do texto que analisaremos posteriormente.
Folhadinhos de carne
massa folhada
ovo para pincelar
200 grs. de carne picada
1cebola
azeite
1 colher de sopa de farinha
1,5 dl de caldo de carne
2 gemas
sal
pimenta
noz-moscada
salsa picada
Aloure a cebola picada em azeite. Polvilhe com a farinha e regue com o caldo de carne. Junte a carne e as gemas. Tempere com sal, pimenta, noz-moscada e salsa picada. Estenda a massa e corte-a em quadrados com cerca de 10 cm de comprimento. No centro de cada um coloque um pouco de recheio e pinte com o ovo batido a massa folhada ao lado da carne. Dobre a massa e feche-a bem. Coloque os folhadinhos num tabuleiro e pincele-os por cima com ovo batido. Leve o tabuleiro ao forno quente, cerca de 20 minutos.
Trabalhinho: