Olha o mar ali tão longe.
Não! Não o sentes longe?
Eu sinto-o longínquo, como
tu, distante.
Olha, vê as ondas brancas
de espuma
Vê como beijam as rochas
fugaz e ruidosamente,
E se estendem sobre o
corpo nu da areia dourada...
Oh! Aproximam-se e vêm acariciar-me
os pés
Enlearem-se-me nas
pernas...
Como tu? Quando me abraças,
me enlaças?
Quando me prendes com as
tuas pernas?
A espuma é dócil e toca-me
tão suavemente...
Como a tua boca? Quando
procura a minha?
Quando os nossos lábios se
roçam?
Repara! A maré sobe, trepa
pelas minhas pernas,
Agarra-me pela cintura,
faz-me estremecer...
Olha! Está fria a água, mas cintila
ao sol!
O dia raia, traz o calor,
a manhã está bela
E o mar debruça-se já
sobre o meu peito
Salpica-me o rosto. E eu? Cerro
os olhos...
Que vejo? Que sinto?
Vejo os teus olhos cheios de mar
presos nos meus.
Sinto a tua pele doce e salgada a
queimar-me
O teu corpo em brasa a puxar-me
para o abismo
E eu a deixar-me ir, a
tombar, a cair...
Num êxtase feito de mar e de espuma.
Mena
3 comentários:
Uma sinfonia de amor...
beijos.
Um poema lindo e apaixonado em que o Mar se humaniza...!
Excelente.
As últimas estrofes são soberbas... gostei muito.
Beijo.
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