A tendência constante para a intelectualização conduz Pessoa a um permanente processo de auto-análise. A dúvida e indefinição relativamente à sua identidade, a angústia do auto-desconhecimento - "Por isso, alheio, vou lendo / Como páginas meu ser" - levam o ortónimo a ser incapaz de viver a vida, mergulhando no tédio e angústia existenciais, no desalento e no cepticismo mais profundos.
Vários acontecimentos na sua vida acentuam esse desencanto. A notícia da morte do seu grande amigo Sá-Carneiro em Paris, em Abril de 1916, por exemplo, abala-o profundamente, deprimindo-o ainda mais.
No entanto, Pessoa perseguiu insistentemente a felicidade que nunca atingiu, ou porque não encontrou quem o entendesse, ou porque ele próprio não foi capaz de sair do turbilhão em que se enredou e de se relacionar com os outros, de quem se sente irremediavelmente separado.
Insatisfeito com o presente e incapaz de o viver em plenitude, porque a fragmentação se instalou, Pessoa anseia por vivências, estados de ilusão, sonhos que possibilitem "coisas impossíveis". O desejo de viajar, de ser o que não é, reflecte a sua insatisfação permanente. Mesmo aquilo que está próximo é sentido como longínquo. Vejamos os poemas:
"Viajar! Perder países!" - A permanente fragmentação do eu é reforçada pela metáfora que inicia o poema:
Vários acontecimentos na sua vida acentuam esse desencanto. A notícia da morte do seu grande amigo Sá-Carneiro em Paris, em Abril de 1916, por exemplo, abala-o profundamente, deprimindo-o ainda mais.
No entanto, Pessoa perseguiu insistentemente a felicidade que nunca atingiu, ou porque não encontrou quem o entendesse, ou porque ele próprio não foi capaz de sair do turbilhão em que se enredou e de se relacionar com os outros, de quem se sente irremediavelmente separado.
Insatisfeito com o presente e incapaz de o viver em plenitude, porque a fragmentação se instalou, Pessoa anseia por vivências, estados de ilusão, sonhos que possibilitem "coisas impossíveis". O desejo de viajar, de ser o que não é, reflecte a sua insatisfação permanente. Mesmo aquilo que está próximo é sentido como longínquo. Vejamos os poemas:
"Viajar! Perder países!" - A permanente fragmentação do eu é reforçada pela metáfora que inicia o poema:
- a constante despersonalização;
- a inexistência de motivos para viver a vida;
- a solidão e a melancolia do sujeito poético.
- a metáfora da teia de aranha, como expressão do seu aprisionamento;
- o desconhecimento de si próprio;
- a consciência excessiva.
- a desistência da vida;
- a incapacidade de agir;
- a imagem de um eu "espectador" da vida;
- o tédio de tudo.
- a frustração resultante da dualidade "querer" / "fazer";
- o sentimento de náusea diante do que realiza;
- a contradição, o conflito interior entre a alma e o ser;
- a impossibilidade de concretizar os seus anseios.
3 comentários:
Apesar disso tudo, ou talvez por isso, a obra de Pessoa é excelente.
E é o meu poeta preferido...
Querida amiga Mena, tem um bom resto de Domingo e uma boa semana.
Beijos.
Também é um dos meus preferidos!
Fernando Pessoa é, também, o meu poeta preferido.
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