Hoje, deixo-vos um poema de um grande poeta amigo (adoro tudo o que escreve!). Podem ver mais poemas aqui! Não deixem de o visitar!
Cordeiros, somos dez milhões.
A revolta, é permanente:
Sonhamos e dormimos,
trabalhamos revoltados mansamente.
Virtualmente indignados, somos actores.
Os indignos
[e os seus amigos sólidos],
governam-se como esponjas sequiosas
a sorver o nosso dinheiro líquido.
Será preciso um cento de BPN’s,
mil contas em paraísos fiscais,
mais um milhão no desemprego
e duas vezes muitos três milhões
de subsídios roubados, para chegarmos
à inspiração da investida patriótica?
Será preciso que cada quilowatt
custe um dia de salário?
Que morram mais de metade sem dinheiro
para remédios?
Que os impostos nos trucidem de vez
para atirarmos pela janela os salafrários,
todos os Miguéis Vasconcelos
que temos no trono instalados?
O comodismo é absurdo, é uma
arma egoísta a disparar contra nós
que vai cavando
[se não cavalgarmos a vontade
com o freio nos dentes]
o túmulo do nosso desalento amortalhado.
Até lá, cordeiros,
somos dez milhões à espera do milagre.
A fingir de indignados, sem chama,
a pastar o protesto em silêncio revoltoso.
Poema: Nilson Barcelli
2 comentários:
Mena, obrigado pelo destaque que deste ao meu poema.
Beijo.
È sempre com um grande prazer ler
tudo o que este senhor ESCREVE.
"O POETA NILSON BARCELLLI"
CUNPRIMENTOS.
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