Cheguei
à hora marcada
A
porta aberta, a cama vazia
Chegaste
logo, pouco depois
Não
me olhaste
Mas
já me tinhas visto há muito
E
ambos soubemos naquele instante
No
momento em que os nossos olhos se cruzaram
Que
já há muito tínhamos chegado
Tínhamos chegado ao mesmo tempo
As
nossas bocas procuraram-se
E
nesse momento
Reconhecemos
o doce sabor a mel
E
soubemos que já nos tínhamos visto
Sem
nunca nos termos olhado
E
percebemos que sem nunca nos termos apertado
Muitas
vezes já nos tínhamos abraçado
E
descobrimos que sem nos conhecermos
Muitas
vezes já nos tínhamos encontrado
Os
nossos corpos acenderam-se
E
nesse instante
Soubemos
que muitas vezes já nos tínhamos enleado
Entre
lençóis de cetim e ais sussurrados
Sós,
sem nunca nos termos enlaçado
E
fizemos juras de amor
Com
palavras que tantas vezes já dissemos
E
descansámos um no outro
Como,
eternamente, e nunca fizemos
É
que o nosso amor é e não é
É
a bruma que se esfuma no ar
É
a espuma que se desfaz no mar
E
temos medo de que possa não ser
Mas
temos a certeza de que só pode ser
O
sol que aquece o dia, abranda à noite
Mas
não acalma o fervor da paixão
Será
que o nosso amor não é?
Não.
O nosso amor só pode ser
Mena
Mena
3 comentários:
"Será que o nosso amor não é?
Não. O nosso amor só pode ser"
Há situações que são tão familiares e naturais que parece que já as vivemos antes...
O teu poema é excepcional, diria perfeito se isso existisse.
Gostei muito, adorei, aliás.
Mena, minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
Beijo.
Professora, este poema é lindo! Gostei e é fácil de interpretar.
Um beijinho e continuação de boas férias, vejo que anda a passear pelo Alentejo.
Joana B
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