domingo, 21 de outubro de 2012

Tiro e queda




E um dia ele estava lá à espera deles. Sem hora marcada, no beco, à espreita... Mas, era preciso que ambos passassem por ali! O que não parecia ser nada fácil!
Quantas vezes os esperou de arco e flecha em riste? Era preciso lançar o isco, atraí-los... Era difícil, andavam sempre por caminhos bem distantes um do outro, e se um aparecia, o outro ficava longe... Mas o Archeiro não é de desistir, o seu trabalho é esse mesmo, esperar pela melhor oportunidade...

Ela, desanimada, já pouco ou nada esperava. Ele, conformado,  já desistira de procurar, estava certo de que já não valia a pena... Mas, mais uma vez o poeta mostrou que tinha razão, quando disse, "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena." A vida não termina, quando nós queremos! O amor não acontece, quando desejamos! O Amor não nos deixa escolher o nosso par, este é uma incógnita... O Amor ataca, quando menos esperamos... E por mais que nos desviemos das setas, um dia, o Cupido acerta em cheio e é tiro e queda... 

E foi o que aconteceu, naquele dia, sem qualquer razão aparente, cruzaram-se perto do beco, olharam-se de soslaio. Ele achou-a bonita, linda... Ela não achou nada! Algo, porém, aconteceu: falaram, conversaram e descobriram que tinham muito em comum e ela olhou-o, voltou a olhá-lo e viu o quão belo ele era... As mãos procuraram-se... Os olhos desviaram-se para a seguir se prenderem... E os lábios encontraram-se num doce e longo beijo...

Depois... depois, tudo acontece, é a descoberta, é o deslumbramentos, é o friozinho na barriga, é o coração a querer saltar do peito, é estar contente e não estar... É estar só entre a gente... É ver o mundo nos olhos do outro... É sentir um fogo a crescer dentro do peito...


2 comentários:

Anónimo disse...

Tudo muito lindo quando com a pessoa certa.

Nilson Barcelli disse...

O amor acontece...
Beijo.