Esta foto veio daqui!
Depois do jantar, todos nos sentámos à porta a conversar. A noite luarenta e amena convidava-nos para a rua. Os pirilampos voltejavam à roda de uns pequenos arbustos. Há tanto tempo que não via pirilampos! Há tanto tempo que não ouvia, assim, tão de perto, os gri-gri dos grilos! Os sons do campo, a calma, a luz da lua, as conversas amenas, as histórias engraçadas, as anedotas divertidas, tudo era agradável! Os rostos cansados ganharam nova energia, novo esplendor.
O ti Joaquim gosta de contar histórias e o ti Manuel conta anedotas como ninguém e enquanto não põe toda a gente a rir, não descansa.
- Nada melhor do que umas boas gargalhadas… até a alma se anima!
O neto do ti Joaquim chegou com o pai e quis logo saber do que estávamos a rir.
- És muito pequeno para estas histórias, Miguel, vai mas é brincar! – disse a ti Alice a rir.
O garoto é endiabrado e não parou um segundo, a avó mandou-o estar quieto um cento de vezes, mas ele “tem o diabo no corpo”, dizia a avó Maria:
- Ó Miguel pára de corrichar, eu estou a ver-te e já te mandei estar quieto mil vezes.
- Ó mãe, eles aqui dizem cada coisa, cada palavra, até parece que não falamos a mesma língua - admirou-se, uma vez mais, a minha filha.
- Eu não vos disse que iam ter umas férias inesquecíveis? – perguntou-nos o ti Joaquim e ria a bom rir.
- Eu sei, pelo contexto, que corrichar é correr para aqui ou para além, de um lado para o outro, porque o Miguel não pára quieto e não fez mais nada desde que chegou a não ser correr – informou a minha filha.
- Pois é! – concordou o ti Joaquim, acrescentando ainda:
- Então, senhora professora, não nos dá mais uma lição de latim, de evolução da língua? – convidou-me.
- Não queria maçar-vos com latinizes…
- Latinizes?
- Ó senhora professora, essa é que eu nunca ouvi, nem ao ti Joaquim – disse o ti João a rir.
- Ó João, como disse a menina há bocado, essa também a tiro pelo contexto – atirou o ti Manuel e explicou:
- Com certeza que é empregar expressões latinas, falar latim, não é, senhora professora?
Insisti e persisti, que não me tratassem por senhora professora, que me chamassem Mena ou Filomena. Mas, “está-nos nas entranhas, no sangue, senhora professora!”. Não adianta, para aquela boa gente, sou e serei sempre a senhora professora.
- Bem, se querem saber de onde vem a palavra corrichar, eu explico com muito gosto! Provém do étimo latino curriculum – pequena corrida. De curriculum surgiu curriculare. A palavra evoluiu para curri’clar e por fim corrichar. O “cl” passou a “ch”, a este fenómeno fonético dá-se o nome de palatalização.
- As histórias das palavras são muito interessantes! – exclamou o ti Joaquim.
- Ó ti Joaquim, estas férias vão ser também de partilha de conhecimentos, os senhores ensinam-nos coisas do campo e mostram-nos a região e a minha mãe ensina-lhes “as histórias das palavras”.
O sorriso do ti Joaquim abriu-se ainda mais, mostrando uns olhinhos pequeninos muito vivos, ali estava algo que lhe agradava muito: a partilha de saberes.
Salada de esparguete
2 latas de atum
2 ovos cozidos
1 pepino
queijo
2 tomates chucha
1 pimento vermelho assado (compro no Lidl em conserva)
beterraba
azeite e vinagre ou maionese
sal
pimenta
Bom apetite!
Trabalhinho:
2 comentários:
Mena ou Filomena, seu carinho com os alunos transcende.
Beijo imenso, menina linda.
Rebeca
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olá amiga!
que saudades!!! mas não tenho mesmo parado um bocadinho. agora que já terminei as férias já estou a voltar à normalidade.
por aqui vejo que há novo look, muito bonito por sinal. :) vejo tb que tena um monte de blogues novos, mas hj ainda nao tenho tempo para os espreitar. fica para outro dia.
e adorei os brincos que aqui mostras.
bjokas linda, fica bem!
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