Passeávamos pela aldeia e, no adro, alguns homens já entradotes na idade, sentados à sombra, conversavam. Estava calor e decidimos parar um pouco por ali. A conversa estava bem animada, os homens contavam anedotas e histórias e riam a bom rir. Os garotos brincavam e, de vez em quando, ficavam atentos à prosa dos mais velhos. Alguns cães, deitados aos pés dos donos, dormitavam.
Um miúdo franzino apareceu a correr e perguntou:
- Avô, agora já me pode dizer onde está o busílis?
Entreolhámo-nos e desatámos a rir.
O garoto, muito sério, disse:
- Avô, tu prometeste.
Um dos homens perguntou:
- O que é que prometeste ao teu neto, Joaquim? O que é isso do busílis? Escondeste isso ao rapaz?
- Não, Manel, não escondi nada.
O garoto, pendurado no braço do avô, insistia:
- Diz lá onde está.
- Vá lá, Joaquim, diz ao miúdo onde está o busílis.
- Não está em lado nenhum.
- Eu já vos conto o que é isso do busílis.
- Deve ser o nome de algum animal, não é, Joaquim? Tu sempre gostaste de dar nomes esquisitos aos animais. É o nome do bezerrito que nasceu ontem, não é? – indagou o Januário.
- Ó Januário, cala-te lá.
O senhor Joaquim pegou no neto, sentou-o ao colo e começou:
Dois homens cultos viviam em terras distantes e usavam o latim na correspondência que trocavam entre si. Um dia, numa das cartas, um desses homens escreveu em latim a frase que em português quer dizer: “Tenho aí vários amigos e vou enviar uma lembrança para todos eles”. “Para todos eles”, em latim, escreve-se “omnibus illis”, mas o nosso homem ao escrever esta expressão, chegou ao fim da linha e, não tendo espaço para colocar toda a palavra, “omnibus”, escreveu apenas omni, redigindo na linha seguinte “bus”, mas esqueceu-se do sinal da translineação, o hífen: omni-bus illis.
O seu amigo recebeu a carta e, na volta do correio, informou que tinha traduzido tudo, menos o “bus illis”, pois era algo impossível de traduzir.
Daí, empregarmos a frase “Aí é que está o busillis”, quando não somos capazes de perceber um assunto, ou não conseguimos decifrar uma situação inexplicável.
- Ah, é isso? Ó Joaquim, as coisas que tu sabes.
- Pois é, Manel, eu leio muito e isto aprendi num livro que o Sr. Padre me deu.
- Ler é perder tempo, Joaquim, é para quem não tem nada para fazer.
- Ó Manel, não digas essas coisas à frente da senhora professora nem dos garotos.
- Pronto, está bem. Tu tens sempre razão.
- Pois tenho, olha que o saber e a cultura não ocupam lugar!
Sardinhas à Brás
3 latas de sardinha
400 g de batatas palha
1 cebola
1 dl de azeite
6 ovos
pimenta
sal
salsa picada
Corte a cebola às rodelas e leve-as ao lume num tacho com o azeite até alourarem um pouco. Junte as sardinhas e deixe apurar.
Junte as batatas e envolva tudo.
À parte bata os ovos e junte ao preparado anterior. Tempere com sal e pimenta. Mexa até os ovos coagularem.
Sirva polvilhado com salsa picada e com uma boa salada.
Bom apetite!
Trabalhinhos:
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