quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Aves de arribação



Os nossos olhos estenderam-se pela plana e extensa terra húmida e deslumbraram-se com a beleza daquela paisagem molhada que se estendia a perder de vista para Sul, entre a pequena montanha e a aldeia. Ficámos entusiasmados com o número de aves que sobrevoavam aquela superfície alagada: algumas pareciam tocar as nuvens, lá no alto; outras pairavam, baixinho, junto à água à procura de alimento. Os cantares, os sons variadíssimos, enchiam-nos os ouvidos de longas e doces toadas.

Fechei os olhos e respirei fundo. O lugar era perfeito, lindo, verde, aguado… Mil perfumes brotavam daquela terra encharcada, daquelas plantas submersas...

A voz do ti Joaquim pareceu vir de muito, muito longe:

- Há aves que têm aqui o seu habitat permanente, outras vêm de longe para nidificar. Estas últimas são as aves de arribação.

- Aves de arribação! – exclamámos.

- O que quer dizer arribação? – perguntou-me a minha filha, curiosa.

- Ora bem, deixa-me ver, deve ter a ver com o étimo latino “ripa” que significa riba, margem elevada junto ao rio e também elevação que sustém as águas do mar!

- O latim ajuda muito! Não é, senhora professora? – disse o ti Joaquim.

- A minha mãe, quando quer saber o significado de alguma palavra, recorre sempre ao latim – explicou a minha filha, perguntando, logo de seguida:

- Os montes de Salir são, então, ribas?

- Pois são – concordou o ti Joaquim - e as aves vêm de muito longe, sobrevoam o mar e alcançam as ribas, daí o nome de aves de arribação.

- Ó mãe, e ribeiro também vem de “ripa”?

- Deve vir – atirou o ti Joaquim, olhando para mim - o ribeiro é um pequeno curso de água que vai dar, por exemplo, a um rio. O ribeiro não corre de muito longe, o seu curso ocorre perto da riba.

- Sim. A palavra ribeiro vem de riparium (de ripa) > ripairo > ribeiro – expliquei.

- Mas eu sei uma coisa que se calhar vocês não sabem. Nem mesmo a senhora professora! – exclamou o ti Joaquim com um sorrizinho atrevido nos lábios grossos e queimados do sol.

- Diga lá, então.

- Sabem como se chama a água que, junto da margem de um rio, tem pouca profundidade? – perguntou divertido.

Nem nos deixou responder, tal era a sua vontade de mostrar o que sabia.

- Lada.

- Lada?

- Bem, tenho de ir tratar dos animais – afastou-se a rir – ao jantar falamos nisso.

Seguimos o ti Joaquim com os olhos cheios da beleza daquele local lindíssimo, paradisíaco. As conversas, os passeios, os petiscos… o ti Joaquim queria que as nossas férias fossem perfeitas. Toda a gente vai para o Algarve, para a praia, mas eu vou mostrar-vos que podem ter umas férias magníficas aqui comigo, com as gentes da aldeia, dissera-nos.



Foto de Pyconotus






A Mena na cozinha


Delícia de ananás


1 embalagem de gelatina de ananás

ananás

2 dl de natas

água


Abra a lata de ananás e corte algumas rodelas em pedaço pequenos.
Prepare um dos pacotes de gelatina com 4 dl de água a ferver e junte as natas. Mexa bem. Adicione o ananás, misture bem, coloque numa forma e leve ao frigorífico.
Prepare a outra gelatina, conforme as indicações da embalagem, e leve ao frigorífico num tabuleiro.
Quando a gelatina com o ananás estiver solidificada, desenforme-a e reserve-a. Corte a segunda gelatina, com uma faca, em quadradinhos pequenos e, com ela, enfeite a gelatina reservada.

Delicie-se e refresque-se!



Trabalhinho:



1 comentário:

Sarinna Explosaneixon disse...

o meu e fier_girl_18@hotmail.com
beijinho