Não sei se foram centenas ou milhares que se manifestaram hoje no Rossio, o que sei é que está em curso a mais grave delapidação da escola pública. Agregar escolas, cortar sem evidências empíricas ou teóricas na carga curricular dos alunos e aumentar abruptamente o número de alunos por turma só podia resultar nesta tragédia. Há outras circunstâncias desenhadas pelo bom aluno para além da troika, mas as enumeradas são as mais relevantes.
São milhares os professores contratados que ficarão sem horário e são outros milhares os que estão atónitos a receber a comunicação de horário zero. Os quadros das escolas foram dimensionados para outras realidades, mas esses contratos com o Estado de direito não foram assessorados pelos escritórios de advogados que serviram asPPP s, o BPN e por aí fora.
Muitas vezes os professores ecoaram o célebre "está na hora". Tenho a convicção que voltámos a esse registo e que os próximos tempos aquecerão. Que ninguém se julgue acima da tragédia. A razão tem muita força e a manifestação de hoje foi só o primeiro sinal. Os professores ainda nem acreditam neste despedimento silencioso e estão esmagados e saturados. Mas reagirão.
Com meia praça central do Rossio, em Lisboa, cheia, a manifestação de docentes convocada para esta quinta-feira pela Federação Nacional de Professores (Fenprof) contou com a presença de alguns milhares, uma mobilização que fica muito aquém da alcançada no tempo de Maria de Lurdes Rodrigues, quando por duas vezes, mais de 100 mil saíram à rua.
1 comentário:
Através do que passou na TV, fiquei com a ideia que tinham estado menos professores do que este vídeo deixa perceber. Eram muito menos do que na manif em que estiveram 200.000 ou 300.000, mas mesmo assim eram muitos.
Beijo.
Enviar um comentário