A traquitana do MEC, guiada por um Governo, Passos Coelho e Nuno Crato, que acusou José Sócrates e Lurdes Rodrigues de desrespeitarem os professores portugueses, está a colocar o grupo profissional a que pertenço com um sentimento de revolta que poderá atingir níveis contestatários impensáveis e imprevisíveis.
Já não restam dúvidas que a ideia de antecipar a indicação dos professores com horário zero foi desastrosa. Não podem dizer que não foram avisados e quem trata disto foi obrigado a adiar uma semana.
Não foi difícil perceber que seria caótica a alteração dos calendários das diversas variáveis (concursos, exames, matrículas e por aí fora) associada à agregação de escolas, ao aumento do número de alunos por turma, à revisão curricular e à organização do ano lectivo. Precebeu-se que seria inconsequente em termos da logística do MEC e dilacerante e humilhante para milhares de professores. Poderá lançar um clima de medo que abra mais portas para reformas antecipadas ou quadros de mobilidade. É mesmo, e em termos éticos, já irreparável. São marcas que ficam para a vida.
É impossível que os professores descansem e que tenham as merecidas férias. O sistema escolar necessita de professores enérgicos e esperançados para lidarem com alunos que não são iguais aos das democracias musculadas (Singapura e China) e que são educados numa sociedade muito ausente. Será explosiva a ideia de passar o número de alunos por turma de 22 para 28 ou 30.
Desde já se avisa que Setembro de 2012 será arrasador e estou a pesar a adjectivação. Basta ler o que se vai escrevendo e ter algum conhecimento do terreno.
Completamente surreal, dilacerante esta notícia!
"(...)O processo que está em decurso de empurrão de muitos milhares de docentes para uma dança de cadeiras sem cadeiras é do foro do obsceno e olhem que nem costumo colorir muito a adjectivação. E tanto maior é a obscenidade quanto se sabe ser uma dança inútil e desnecessária. Que apenas visa assustar as pessoas e prepará-las para eventuais medidas a implementar nos próximos meses relacionadas com a mobilidade especial ou a aposentação antecipada.(...)
"(...)Repito: o que se está a passar com a definição de horários-zero neste final de ano lectivo é algo vergonhoso e obsceno, um exercício espúrio, moral e eticamente inaceitável, de engenharia profissional em que um MEC sem capacidades de planeamento anda a brincar com a vida profissional, pessoal e familiar, daqueles que deveria saber mobilizar para uma melhoria da Educação, não para o objectivo mesquinho da Educação possível com o preço mais baixo.(...)"
Do blogue do meu querido amigo, Paulo!
1 comentário:
Este é o governo mais insensato e frio que já conheci!
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