"Nós estamos num estado comparável apenas à
Grécia: a mesma pobreza, a mesma indignidade
política, a mesma trapalhada económica, a
mesmo baixeza de carácter, a mesma decadência
de espírito. Nos livros estrangeiros, nas revistas
quando se fala num país caótico e que pela sua
decadência progressiva, poderá vir a ser riscado
do mapa da Europa, citam-se em paralelo, a
Grécia e Portugal"
(in As Farpas) - 1872
“Em Portugal não há ciência de governar nem há ciência de
organizar oposição. Falta igualmente a aptidão, e o
engenho, e o bom senso, e a moralidade, nestes dois factos
que constituem o movimento político das nações.
A ciência de governar é neste país uma habilidade, uma
rotina de acaso, diversamente influenciada pela paixão, pela inveja, pela intriga, pela vaidade, pela frivolidade e pelo interesse.
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“Que fazer? Que esperar? Portugal tem
atravessado crises igualmente más: - mas
nelas nunca nos faltaram nem homens de
valor e carácter, nem dinheiro ou crédito.
Hoje crédito não temos, dinheiro também
não - pelo menos o Estado não tem: - e homens não os há, ou os raros que há são postos na sombra pela política. De sorte que esta crise me parece a pior - e sem cura.”
Eça de Queirós, in “Correspondência” (1891)
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“Diz-se geralmente que, em Portugal, o público
tem ideia de que o Governo deve fazer tudo,
pensar em tudo, iniciar tudo: tira-se daqui a
conclusão que somos um povo sem poderes
iniciadores, bons para ser tutelados, indignos de uma larga liberdade, e inaptos para a independência.
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1 comentário:
Grande Eça, um visionário!
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