Bem-Vindos a este espaço! Aqui encontrarão retalhos da vida de uma mulher... Retalhos, porque a minha vida é isso mesmo... é composta por mil pedacinhos que se vão tecendo e juntando para construir uma teia, umas vezes mais colorida... outras mais sombria... Mas no fim, tudo se conjuga harmoniosamente...
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
A escola vai ao teatro - Jojo, o reincidente
Hesitei durante muito tempo em relação ao título. Durante bastante tempo, a peça chamou-se Tom, o reincidente. Mas senti que não era aquilo. Experimentei outros. Jim, o reincidente. Paulo, o reincidente. Com Pierrot, o reincidente, acreditei mesmo que era aquilo. Mas a valsa continuou. Jimmy. Nicolas. Lulu. Toto. Nunca era aquilo! Até que enfim se fez luz. Ia ser: Jojo, o reincidente! Vá-se lá saber porquê! Iam dizer-me mais uma vez que era uma peça autobiográfica. Ora eu sei-o bem: Jojo e eu somos dois, mesmo, se durante anos na minha família me chamassem Jojo (Até eu dizer: Stop! Porque já não aguentava mais). Eu, ao contrário do Jojo, era uma criança ajuizada, talvez demasiado ajuizada (Ai! Sinto que os meus pais dão voltas.). E a minha mãe nunca me deu a mais pequena bofetada (o meu pai também não, aliás). Ponho uma hipótese: é que as asneiras, eu não as fazia, porque era eu que dava a mim próprio a bofetada antes de as fazer – tenho a certeza que percebeste muito bem.
Agora cresci (pouco… mas agora, com cinquenta anos, já não tenho ilusões, não vou crescer mais), escrevo peças em que posso fazer tudo o que quero sem apanhar uma bofetada. E ensino teatro na universidade a grandes rapagões e grandes raparigas a quem não preciso de dar bofetadas para eles trabalharem, porque eles gostam disto!
joseph danan
"Let's make money"
Trouxe daqui!
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
New official language in the European Union
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Porque sou fã de Santana Castilho
"Há quem tenha medo que o medo acabe."
Trouxe daqui!
terça-feira, 27 de setembro de 2011
Para rir e para chorar!
E não é que é mesmo verdade!
Ética, hem! O que é isso?
Brasileira, Portuguesa...
O máximo! Pobre bichinho!
Os preços dos alimentos disparam: ainda bem que não acontece o que nos mostra a vinheta...
Sem comentários!
Ora aqui está uma grande verdade!
Infelizmente, a violência é cada vez mais uma realidade nas nossas escolas!
Deveria desaparecer completamente do planeta...
Aqui, temos um carteiro tão medroso que não deixa as cartas, porque tem medo dos cães. De vez em quando, recebemos uma resma de cartas que já deveriam ter chegado há muito...
O ensino, o ensino, o ensino... Faz-se tão pouco pelo ensino público!
Não é só no Brasil!
Pois!
Enfim!
Infelizmente, ainda é uma realidade!
Andamos todos carregadinhos de impostos e ainda nos vão carregar mais...
Completamente em queda, vai a pique!
Há mais aqui. Este último veio da pena do Antero.
A Mena na cozinha
1 cebola
1 dente de alho
150 g de bacon
batatas cortadas aos palitos
1 embalagem de cogumelos frescos
sal
pimenta
6 ovos
azeite
Coloque as batatas a fritar na Actifry com uma colher de azeite, durante 20/25 minutos.
Quando a cebola estiver transparente, junte os cogumelos bem lavados.
É uma refeição super-rápida e do agrado de todos.
Bom apetite!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Fernando Pessoa - breves notas biográficas
Regressa a Lisboa em 1905 e exerce uma actividade profissional ligada à tradução de documentos comerciais.
A explosão dos heterónimos dá-se em 1914, após o rompimento com a revista A Águia. A morte do seu amigo Mário de Sá-Carneiro, em 1916, em Paris, abala fortemente Fernando Pessoa, que passa a ser dominado por uma nuvem de tédio e melancolia.
É 1934 que marca o ano da publicação da Mensagem, o único livro de versos portugueses, organizado e publicado pelo poeta, que lhe proporcionou o prémio de categoria B, consequência do concurso ao prémio Antero de Quental, do Secretariado de Propaganda Nacional.
A 30 de Novembro de 1935, morre no Hospital de S. Luís dos Franceses, vítima de uma cólica hepática.
Antiguidades e curiosidades
Sabe o que era o Pathé na cidade do Porto?
O Pathé era uma sala de espectáculos ao ar livre, situada onde mais tarde vieram a fazer o cinema Batalha.
No Pathé passaram os primeiros filmes mudos da cidade. Era o único cinema.
As pessoas diziam. Vamos ao Pathé em vez de dizerem vamos ao cinema, nos princípios do séc.XX.
Projeccionista dos filmes era o Sr. César. Conhecido pelo Cesinha.
E sabe o que era o Pathé-Baby? Não?
Como resultado, o tamanho da imagem era quase igual ao do 16 mm, pois aproveitava toda a largura da película.
As melhores saudações para todos, especialmente os portuenses ou de algum modo ligados à INBICTA.
domingo, 25 de setembro de 2011
O mundo fantástico da publicidade
O primeiro vídeo é a propaganda pronta, o segundo o "making off". Genial!
Por vezes, é preciso recomeçar!
Alice é viciada em trabalho e tenta conciliar a sua vida profissional com a sua vida familiar. Alice acaba por perder o emprego e o marido. Com a ajuda de Marcela, uma vizinha, Alice descobre que é possível ter sucesso na sua profissão sem deixar os pequenos prazeres da vida de lado.
sábado, 24 de setembro de 2011
Coisas minhas!
Não é espectacular? Gosto muito!
De uma amiga: sais de banho num frasquinho lindo!
E foi assim que saí de casa para ir dar aulas, toda gira!
Pormenores do meu casaquinho, costas com encaixe em renda (guipur).
É lindo, um verdadeiro espanto! Adoro!
O vestidinho.
A Mena na cozinha
Leve ao forno a 200º até as sardinhas ficarem lourinhas.
Sirva com batatinhas cozidas, cortadas às rodelas, e com o molho a temperar.
Bom apetite!
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
A Débil - Cesário Verde
Eu, que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.
Sentado à mesa dum café devasso,
Ao avistar-te, há pouco, fraca e loura,
Nesta Babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.
E, quando socorreste um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, saudável.
"Ela aí vem!" disse eu para os demais;
E pus-me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.
Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, — talvez que não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
Ia passando, a quatro, o patriarca.
Triste eu saí. Doía-me a cabeça.
Uma turba ruidosa, negra, espessa,
Voltava das exéquias dum monarca.
Adorável! Tu, muito natural,
Seguias a pensar no teu bordado;
Avultava, num largo arborizado,
Uma estátua de rei num pedestal.
Sorriam, nos seus trens, os titulares;
E ao claro sol, guardava-te, no entanto,
A tua boa mãe, que te ama tanto,
Que não te morrerá sem te casares!
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar sobre o teu peito.
Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.
"Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!"
De repente, paraste embaraçada
Ao pé dum numeroso ajuntamento.
E eu, que urdia estes fáceis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Uma pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.
E foi, então, que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.
Por outro lado, o sujeito lírico considera-se "feio, sólido, leal; sente-se prestável, bom e saudável quando a vê, ao ponto de desejar beijá-la. Afirma ainda ser "hábil, prático e viril", ou seja, com força suficiente para a socorrer quando ela precisar.
Para além da figura feminina, o sujeito poético refere ainda os espaços citadinos como o café, o largo, as ruas, caracterizando-os de forma negativa, chamando ao café "devasso"; do largo destaca o pedestal e das ruas a agitação que nelas se verifica. Nestes espaços movimentam-se figuras sórdidas, que ele caracteriza por " turba ruidosa, negra" e por " uma chusma de padres de batina". Isto significa que o local urbano em que se encontra se presta à movimentação mesquinha destes seres escuros que permitem destacar a fragilidade da jovem como a única capaz de clarear estes locais, torná-los mais brilhantes e mais atractivos ao sujeito lírico.
Com o intuito de evidenciar o contraste entre o espaço e a jovem senhora, o sujeito poético faz referência ao ajuntamento, característico dos espaços urbanos, onde a agitação e a confusão imperam. Sobressaem as diferentes classes sociais que se podiam encontrar no espaço citadino, o que permite afirmar que a cidade era palco de vários seres que nele se movimentam, uns por ociosidade, outros por obrigação, tal como seria normal numa cidade onde está a chegar a industrialização e para onde acorrem os mais pobres, na expectativa de aí encontrarem melhores condições de vida.
A luminosidade deste dia só é posta em evidência quando a figura feminina surge nos locais onde anteriormente se moviam figuras conotadas com os aspectos negativos da cidade. Só a visão desta mulher frágil e pura lhe possibilita uma visão mais positiva da realidade, estando aqui realçados o tempo e o espaço psicológicos, ou seja, aqueles que se resultam do estado de espírito do sujeito poético e da sua construção.
O sujeito lírico revela o receio de perder a mulher admirada, porque, "os corvos" a poderiam arrancar daquele local, a ela que não passava de uma "pombinha tímida e quieta". Por isso, o sujeito poético mostra-se capaz de a salvar, mesmo que seja a custo da sua própria vida, mostrando-se protector da fragilidade e capaz de tudo para poder conservar aquela figura que o fazia recordar a simplicidade do campo e das mulheres que o povoam.
Apesar da oposição que Cesário Verde costuma estabelecer entre a mulher do campo e a mulher da cidade, a figura feminina que aqui é retratada é uma espécie de mistura, uma vez que o retrato que dela traça está associado à mulher campesina, mas o espaço em que se movimenta é-lhe estranho e, por, isso, esta sente-se perdida, a necessitar da protecção masculina. Trata-se de uma mulher do campo que se sente desnorteada num espaço que não está adequado à sua fragilidade.
Cesário Verde serve-se de um conjunto de processos que, também neste poema, podem ser percepcionados. É o caso do vocabulário preciso e exacto e as imagens carregadas de visualismo que dão uma visão perfeita das realidades visionadas. Além disso, percebe-se a objectividade que imprime ao conteúdo, afastando-se, deste modo, do lirismo romântico. Para retratar fielmente a realidade ou as figuras com que depara, o autor emprega a adjectivação e as frases preposicionais de valor adverbial. Acresce ainda referir o uso das quadras e dos versos decassilábicos que permitem uma maior aproximação à prosa.
Concluindo, este é um texto cheio de referências à realidade social, onde se percepciona a crítica e a ironia de que Cesário Verde se serve e que reflectem o seu carácter subjectivo.