sábado, 31 de março de 2012

Os filmes deste fim de semana






Margaret Thatcher foi primeira e única mulher a assumir a chefia do Governo britânico, cargo que manteve entre 1979 e 1990. Hoje, octogenária, a "Dama de Ferro" luta contra a perda das suas faculdades que o envelhecimento lhe foi trazendo ao mesmo tempo que se debate entre memórias presentes e passadas. E, à medida que sente que tem de largar as recordações que a prendem ao passado e a Denis, o marido falecido há oito anos, vai fazendo uma retrospectiva do que foi a sua vida, entre triunfos e derrotas - políticas e pessoais. Assim, num redemoinho de recordações, Margaret faz uma longa viagem no tempo até compreender que, na verdade, existem momentos em que uma pessoa tem de perceber que a retirada é a melhor estratégia.







A história de um homem de negócios residente no Hawai, que após o acidente de barco que coloca a sua mulher em coma, tenta pegar nas rédeas da sua família. As suas duas filhas, com quem mantinha uma relação distante, vão ajudá-lo a trilhar o caminho que tem pela frente, entretanto agravado com a descoberta de que a sua mulher mantinha uma relação extraconjugal.


A Dama de ferro é um óptimo filme, gostei muito! Os descendentes é uma história, como diz a Elisa, banal.

sexta-feira, 30 de março de 2012

O meu olhar é nítido como um girassol - Alberto Caeiro


      O meu olhar é nítido como um girassol.
      Tenho o costume de andar pelas estradas
      Olhando para a direita e para a esquerda,
      E de vez em quando olhando para trás...
      E o que vejo a cada momento
      É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
      E eu sei dar por isso muito bem...
      Sei ter o pasmo essencial
      Que tem uma criança se, ao nascer,
      Reparasse que nascera deveras...
      Sinto-me nascido a cada momento
      Para a eterna novidade do Mundo...

      Creio no mundo como num malmequer,
      Porque o vejo. Mas não penso nele
      Porque pensar é não compreender...

      O Mundo não se fez para pensarmos nele
      (Pensar é estar doente dos olhos)
      Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...

      Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
      Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
      Mas porque a amo, e amo-a por isso
      Porque quem ama nunca sabe o que ama
      Nem sabe por que ama, nem o que é amar...

      Amar é a eterna inocência,
      E a única inocência não pensar...

      Alberto Caeiro
Neste poema, afirma-se, claramente, de modo muito nítido, a primazia do ver, do olhar, dos sentidos, sobre o pensar. A linguagem é extremamente simples, corrente e familiar (segundo Pessoa, Alberto Caeiro escrevia "mal", pois tinha apenas a 4.ª classe - mas, atenção, é de salientar que Caeiro não escrevia "mal" por ter só a 4.ª classe; ele tinha só a 4.ª classe, porque escrevia "mal" - é que, como se sabe, primeiro surgiram os versos, a escrita, e só depois o nome do heterónimo e a sua biografia.). Existem, no poema, repetições, tautologias (repetição própria da linguagem infantil), frases simples, frases coordenadas, predomínio de nomes concretos, pouca adjectivação e frases declarativas. O sujeito poético fala-nos da sua postura típica: "andar pelas estradas, / Olhando para a direita e para a esquerda", vendo tudo muito bem, porque o seu "olhar é nítido como um girassol" (comparação), reparando bem que as coisas que vê são sempre diferentes. É que ele se quer como criança - sabendo ter "o pasmo essencial / Que teria uma criança se, ao nascer, / Reparasse que nascera deveras". Por isso, sente-se renascer em cada momento. "para a eterna novidade do mundo".
Na segunda estrofe, afirma "Creio no mundo como um malmequer / Porque o vejo". E anuncia claramente aquilo que constitui a base do seu pensar:

"... pensar é não compreender..."
"Eu não tenho filosofia, tenho sentidos..."
"(Pensar é estar doente dos olhos)"

Isto é, para além de poeta - "pastor por metáfora", ele é também um poeta-oxímoro: a sua filosofia é uma não-filosofia, afinal, uma recusa do pensamento abstracto, considerado como oposto ao "sentir" (com os sentidos, não com o sentimento). Repare-se que sempre que se refere ao pensar, isto é visto como negativo: "é não compreender ...", "é estar doente". Mesmo falando na Natureza (com maiúscula), representando um conceito "abstracto" (natureza será um conjunto de coisas existentes, logo entidade abstracta), seria para ele uma contradição, não é porque saiba o que ela é, mas porque a ama (introduzindo aqui um outro conceito essencial na sua poesia, para além do ver: o amar).
Termina então, naturalmente, como se de conclusão lógica se tratasse: "Amar é a eterna inocência, / E a única inocência é não pensar".

O Luís na cozinha


Caldeirada de Tofu

350g de cebola 


250g de tomate 


2 dentes de alho 


azeite 


100g de pimento verde 


100g de pimento vermelho 


500g de tofu 


2 folhas de louro 


1 colher de chá de noz-moscada moída

sal

pimenta

1 malagueta grande (facultativo)


Refogar a cebola e o alho picados, no azeite. Juntar os pimentos, a malagueta e o tomate, cortados aos cubos, e deixar a refogar até estarem macios e translúcidos. Adicionar, então, o tofu cortado aos quadrados. Temperar com noz-moscada, louro, pimenta e sal e deixar cozinhar cerca de 10 minutos. Servir com arroz e salada.

Bom apetite!

quinta-feira, 29 de março de 2012

Love it!



Hoje, deu-me para isto!
Sandálias: Miss sixty
Leggings: Calzedonia
Túnica: My Story (uma lojinha muito simpática com coisas lindas, irresistíveis, de perder a cabeça...)
Lingerie: Intimissimi
Cinto: mym (Fui eu que fiz!)
Colar: mym







quarta-feira, 28 de março de 2012

Escrevo com pedras e plumas



Os meus versos são pedras brutas, cálidas
Arrancadas do ventre da terra mãe
Despedaçam-se nas suas carnes vivas
E juntam-se sem nenhuma harmonia

As palavras são plumas coloridas
Que salvo do denso aroma do lodo
São algas de coral, água, estrelas
A escura claridade do crepúsculo

E é com pedras brutas e com plumas
Lodo, algas, água, estrelas, luz e sombra
Que te descrevo, amor, que te reescrevo

Amar! Um mar de palavras amenas
Sufocadas, não ditas, só sentidas
Sussurros, murmúrios, doce sopro



Mena