terça-feira, 26 de julho de 2011

A teia de aranha




Há cerca de um ano, fui almoçar com a minha filhota aqui um peixinho grelhado com brócolos e, depois de pagar a conta e de falar um pouco com o empregado, saímos do restaurante bem felizes e animadas. Gosto de almoçar ou jantar sozinha com os meus filhotes. A acompanhar a comidinha, temos sempre longas e saborosas conversas!


Como ia a dizer, saímos. O restaurante tem a ornar a porta de saída plantas trepadeiras, no momento bem bonitas e floridas, e, ao passar-lhes por baixo, tive a estranha sensação de bater com a cara contra uma teia de aranha. Pedi alarmada à minha filha que me livrasse dos fios da teia que me caíam sobre o olho direito... E eu passava com a mão pela cara, tentando afastar aquela cortina negra da frente da minha vista. Mãe, tu não tens nada na cara nem no olho. E eu, quase a gritar, ia insistindo e passando a mão: Olha aqui, é aqui, um monte de teias a escorrer-me pelo olho, pela cara. Ela olhava para mim, preocupada e até um pouco alarmada. Desatei a correr para o carro, à cata de um espelho para me livrar, de uma vez, daquelas teias nojentas que me ensombravam a vista direita. E não, não tinha nada na cara nem no olho... Continua tão verde e lindo como sempre, mãe - dizia-me a minha filha, não entendendo o que se estava a passar.
Dirigi-me para casa. Estava aflita e telefonei a marcar uma consulta urgente de oftalmologia. A senhora que me atendeu pediu que lhe explicasse o meu problema. Expliquei. Disse-me que fosse descansar um pouco e que comparecesse na consulta ao fim da tarde. Repousei, mas não descansei. Passei todo o tempo a ver se as teias desapareciam. Por fim, adormeci e acordei com as mãozinhas da minha filha suavemente na minha cara:
- O avô está ali para te levar ao médico.
Abri os olhos. Agora já só via um pequeno mosquito a bailar-me continuamente à frente do olho. Tentei afastá-lo, mas nada. Permanecia ali à frente num bailado vagaroso e incomodativo.
- Descolamento do vítreo.
- É grave? Tem cura? Vai desaparecer?
- Se tivesse cura, eu não tinha esta mosca a atazanar-me... Temos de nos habituar a viver com as moscas, os mosquitos, as teias de aranha... Com o tempo, o cérebro aprende a ignorar as manchas.
Receitou-me umas vitaminas e que evitasse movimentos muito bruscos com a cabeça. Deveria voltar depois de acabar o medicamento.
Voltei lá, já tinha aprendido a ignorar o mosquito e os pequenos pontos negros.
- Temos de fazer laser, há um pequeno rasgão que tem de ser "tapado" antes que aconteça o pior.
Nem quis saber o que seria o pior. Fiz o laser.
Hoje, vou à consulta para ver se tudo está bem.
Ah! O meu mosquito dançarino só aparece quando estou mais cansada ou enervada e continuo a tentar apanhá-lo ou a afastá-lo com a mão...
Se quiserem saber mais sobre moscas volantes, mosquitos... é só clicar aqui!

Este e aquela menina lá em cima são os meus filhotes lindos! Adoro-os!

2 comentários:

Mona Lisa disse...

Olá Mena

Sofro do mesmo mal! Aconteceu-me o mesmo, não com uma "teia", mas um verdadeiro "enxame" de moscas.
Ida ao oftalmologista....e???...descolamento do vítreo numa vista e descolamento da retina na outra.
Elas lá continuam, mais ou menos calmas.
Que fazer?!
Conviver com elas!!!

Bjs.

Rita disse...

É verdade, Elisa, temos de conviver com os mosquitos... Descolamento da retina é mais grave!

Bj
Mena